Lula e Nísia anunciam produção de vacina da dengue em meio a expectativa de demissão de ministra

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta terça-feira (25) ao lado da ministra da Saúde, Nísia Trindade, um acordo para a produção de 60 milhões de doses anuais da vacina contra a dengue pelo Instituto Butantan, em meio a uma perspectiva de demissão da chefe do ministério.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) ainda avalia o pedido de registro da vacina. No início do mês, o órgão pediu esclarecimentos e mais dados ao Butantan, além de ter enviado em dezembro o pedido de aprovação do imunizante.

Na cerimônia, Nísia foi aplaudida e ovacionada pela plateia mais de uma vez, sem mencionar no discurso o tema de sua saída.

Em sua fala de abertura, ela limitou-se a agradecer aos parceiros responsáveis pelo acordo assinado nesta terça, que viabilizou a produção de 60 milhões de doses anuais da vacina contra a dengue e fabricação de insulina glargina.

Lula não discursou no evento. O nome mais cotado para substituir Nísia em seu governo é o atual ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que já chefiou a pasta na gestão Dilma Rousseff (PT).

O anúncio do acordo foi realizado no Palácio do Planalto com uma hora de atraso. Nísia destacou ainda a parceria entre o Butantan e a Pfizer para produzir até 8 milhões de doses anuais da vacina contra o VSR (Vírus Sincicial Respiratório).

Também estiveram presentes no evento o vice-presidente, Geraldo Alckmin, as ministras Luciana Santos (Ciência e Tecnologia), Esther Dweck (Gestão e Inovação) e o ministro Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da presidência).

Antes de abrir a fala sobre as parcerias entre laboratórios, Nísia disse que quebraria o roteiro e fez uma fala sobre cuidados paliativos. Em seguida, citou o quadro clínico do papa Francisco e se emocionou ao lembrar de um encontro que teve com o líder católico.

Durante a fala, Nísia pediu à plateia um minuto de silêncio em homenagem ao papa, que enfrenta problemas graves na saúde.

“Eu queria, mudando um pouquinho o roteiro propor um minuto de silêncio, porque o mundo todo está em oração e é uma forma de nós nos irmanarmos aqueles que nos ensina, nós todos somos irmãos, Fratelli tutti”, disse.

O discurso de Nísia também foi permeado por acenos a Lula, com elogios ao governo federal. “Aprendi com o senhor: não estou falando ‘gasto’ nem ‘despesa’, mas ‘investimento'”, disse, ao falar dos valores investidos na iniciativa.

Como revelou a Folha na semana ada, Lula comunicou a aliados que havia decidido demitir Nísia do comando do Ministério da Saúde.

No anúncio, o governo informou que a partir de 2026, serão ofertadas 60 milhões de doses anuais, com possibilidade de ampliação do quantitativo conforme a demanda e a capacidade produtiva, segundo o governo. Objetivo é atender a população elegível pelo PNI (Programa Nacional de Imunizações) em 2026 e 2027.

O acordo também inclui outros insumos que são resultado de projetos de parcerias público-privadas. O evento de anúncio acontece nesta terça no Palácio do Planalto.

A iniciativa é uma parceria entre o Instituto Butantan e a empresa WuXi Biologics. A produção se dará pelo Programa de Desenvolvimento e Inovação Local (PDIL) do Ministério da Saúde, que já foi aprovado e está em fase final de desenvolvimento tecnológico.

A crise epidemiológica da dengue no país esteve entre os principais pontos de fragilidade da gestão de Nísia. No auge do desgaste político, a ministra chegou a ser cobrada pelo presidente durante uma reunião ministerial, em março do ano ado.

Na ocasião, ela alegou sofrer muita pressão política e afirmou que algumas pessoas cobram que ela fale grosso, mas que continuaria falando como habitual, com “contundência”.

Com o acordo assinado nesta terça, o governo federal quer fortalecer a produção nacional para o SUS (Sistema Único de Saúde), por meio do Complexo Econômico-Industrial da Saúde brasileiro. O acordo é parte de uma estratégia de fortalecimento da indústria para dar autonomia e buscar novas soluções para o SUS.

Também está entre os objetivos que a capacidade produtiva e de oferta da vacina nacional contra a dengue cresça 50 vezes.

Por meio do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, o projeto tem o apoio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), no financiamento da pesquisa clínica, e da Anvisa, na análise do pedido de registro, que contempla a população de dois a 59 anos.

A parceria para a fabricação nacional da insulina glargina envolve a produção do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) pela Fiocruz, na fábrica localizada em Eusébio (CE), e a ampliação da fabricação do produto final pela farmacêutica Biomm.

“A produção de insulina poderá atingir 70 milhões de unidades anuais ao final do projeto. O primeiro fornecimento está previsto para o segundo semestre de 2025”, afirma o governo Lula.

No mesmo comunicado, o governo disse que as parcerias com o setor privado devem “garantir inovação e o à vacina Influenza H5N8”.

O investimento total na parceria é de R$ 1,26 bilhão. Também estão previstos R$ 68 milhões em estudos clínicos para ampliar a faixa etária e avaliar a coistração com a vacina contra chikungunya. Essas ações estão alinhadas à estratégia da Nova Indústria Brasil (NIB).

 

Folha Online

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