O paraibano Walber Agra, advogado do partido autor da ação apresentada pelo PDT contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou nesta quinta-feira (22) que a reunião de Jair Bolsonaro com embaixadores em 2022 teve o objetivo de “desmoralizar as instituições” brasileiras de forma internacional.
A declaração foi dada ainda há pouco durante o julgamento, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), da ação apresentada pelo PDT, que pode levar o ex-presidente à inelegibilidade. Como autor da ação, o partido tem direito a se manifestar na sessão, por meio do advogado da sigla.
“Será que vamos entrar novamente em estágio de cegueira coletiva? Como não há fato? Houve uma reunião com claro desvio de finalidade para desmoralizar as instituições e de forma internacional, o que é grave. Utilizou-se bens públicos para finalidades eleitorais e várias vezes”, declarou Walber Agra.
O defensor se refere à reunião de julho de 2022, quando Jair Bolsonaro reuniu, no Palácio da Alvorada, embaixadores de diversos países. No encontro, que foi transmitido por redes e canais oficiais do governo, o então presidente fez ataques infundados às urnas e ao sistema eleitoral do Brasil.
O TSE analisa se o ex-presidente deve ser condenado por suposto abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Se for condenado, Bolsonaro pode ficar inelegível por 8 anos.
Walber Agra disse ainda que a reunião teve grande repercussão e “envergonhou” o corpo diplomático brasileiro.
Ainda em seu discurso de acusação, Agra afirmou que Bolsonaro fez “difusão sistemática de fake news” e “ataques à democracia”. Também apontou que o ex-presidente buscou uma “tentativa nítida de golpe de Estado”.